sábado, 11 de dezembro de 2010

Revista Sinais de Figueira n. 18 - Junho a Dezembro de 2009



Relacionamento correto com os Reinos da Natureza: Uma Utopia?
Dr. Jose Maria Campos (Clemente)

Encontro com O Lobo-guará e com a Lobeira

Era fim de tarde e encontrava-me no topo de uma liminosa colina, onde muitos contatos com realidades sutis se dão. O sol acabara de se pôr, deixando atrás de si um rastro de raios multicoloridos. A Leste, a lua cheia despontava, silienciosa e mágica, por detrás da silhueta delicada de montanhas distantes. Estava eu ali desenvolvendo uma pesquisa, quando de súbito deparei internamente com a figura ameaçadora de um lobo no plano astral, que vinha decidido em minha direçao. Acolhi a visão como um sinal e decidi regressar. Ao virar-me, lá estava ele no plano físico: um lobo-guará, a poucos metros, destacado sobre pequena elevação rochosa. Esguio e em atitude de prontidão, mirava-me profundamente, silencioso e atento. Parecia estar ali há muito tempo. Ao recobrar-me do impácto, percebi sua posição estratégica, a interceptar-me o caminho de volta. Suas longas patas dianteiras, finas e enegrecidas, realçavam-lhe o porte elegante, sereno. Algo nele era pacífico, o olhar vigilante, inquiridor e penetrante. As orelhas moviam-se quase imperceptivelmente, como radares potentes. Mantinha postura de pura atenção, nem tensa nem relaxada. Sua pelagem vermelho-dourada ainda reluzia ao sol que se punha.
O Lobo-guará está hoje restrito sobretudo á areas do cerrado brasileiro protegidas ou distantes. Um tanto arisco, em geral mantém-se afastado do ser humano. Nômade por natureza, anda em torno de 25 quilomentros nas primeiras horas da noite á cata de alimentos. Décadas atrás vivia em território de 300 quilômetros quadrados. Atualmente é obrigado a sobreviver em cerca de 30 quilomentros quadrados, por causa da destruição de seu Habitat - o cerrado - e pelo avanço desorganizado das fronteiras agropecuárias. Isso o leva a maior aproximação do ser humano, gera mudanças radicais de hábitos alimentares e ameaça-o de extinção. O guará alimenta-se basicamente de vegetais, frutas silvestres, ovos e pequenos animais (roedores, répteis, pássaros e insetos). Aprecia muito so frutos da LOBEIRA, razão pela qual esta recebeu seu nome. Segundo o que se sabe, tais frutos contêm um vermífugo natural que atua contra uma parasitose de rins fatal para ele que, em cativeiro, na falta do fruto, facilmente adoece e morre. A lobeira é a árvore pioneira, rústica, resistente ás intempéries, bem adaptada ás condições agrestes do cerrado e aos solos degradados pela atividade humana. Pouco exigente em relação a nutrientes e água, apresenta crescimento vigoroso. Típica do bioma cerrado do Brasil Central, em seus frutos ancora extraordinária força nutricional, vinda das entranhas da Mãe-Terra, que sustenta e revigora. Esse potente fogo criador corresponde ao padrão energético arquetípico que permeia também o organismo humano e ajusta sua forma á tarefa evolutiva que lhe corresponde. Essa força molda seus corpos materiais, dá-lhes tônus vital e imprime neles o estado de prontidão e vigilância para ação precisa. Assim, mantém coesa e na têmpera exata a estrutura material do ser. Na Medicina Tradicional Chinesa esse sistema energético corresponde ao chamado "meridiano baço-pâncreas". A Lobeira, a qual damos tão pouco valor, é ainda representante da força modeladora de Saturno no mundo das formas. A fitoterapia popular indica o pó dos frutos maduros para tratamento de diabetes, distúrbio que afeta o sistema baço-pancreas, igualmente relacionado á energia de Saturno. Os frutos, sob ação do fogo-calor, liberam forte sabor doce, que se relaciona também ao meridiano no baço-pâncreas. Esse sistema energético que estrutura e organiza o ser humano adquire hoje importância vital, pois é ele que dá á matéria dos corpos condiçoes de suportar as correntes poderosas que, atualmente e de forma mais intensa, estão preparando o planeta para um ciclo de vida superior. O Instinto, resultado da atividade inteligente regida pelo Terceiro Raio, é o que leva o lobo-guará a buscar nos frutos da lobeira as qualidades que mantêm os corpos adequados ao seu dinâmico estilo de vida. Os atributos do guará caracterizam ainda, de modo muito peculiar, o sistema baço-pâncreas. Assim se tecem os fios invisíveis que unem os diferentes reinos da Natureza. Como extrair o vigor dos frutos da lobeira para fins curativos? O fogo material por si só não possui poder suficiente de penetrar fundo na matéria e promover essa liberação. Torna-se necessária a participação de outros fogos, mais sutis, capazes de suscitar na matéria o que se chama estado de "fluidificação".
Fluidificação da Matéria e Tonificação do Corpo Físico
A fluidificação é um processo superior no qual as forças fricativas presentes e atuantes na matéria tendem a se anular, permitindo assim o livre fluxo de energias potentes. Isso favorece o despertar da Vida Primordial aprisionada no âmago da matéria e a implantação de novos padrões vibratórios que a regeneram e sutilizam. Em um patamar inferior pode-se reproduzir essa condição quando se submete a argila seca a intenso calor externo, durante o qual ela assume um estado semifluido, como o do magma central do planeta. Fenômeno similar ocorre também ao se adicionar raiz de gengibre em pó a uma pequena porção de argila semifluída, o que a torna mais fluida ainda, em lugar de se ressecar, como seria o esperado. Isso se dá pela presença no gengibre de um fogo interno invisível que corresponde em outro plano ao calor externo necessário para levar a argila inerte ao estado semifluido. Esse potente fogo alquímico vegetal, adicionado ao comozimento dos frutos da lobeira, é assim capaz de catalizar a liberação das forças, nutricionais profundamente ancoradas nos Frutos. E, para dar acabamento energético ao preparado, ao final acrescenta-se suco fresco de amora. A Amora possui extraordinária força vital vinda do sangue da Mãe-Terra, fogo que nutre e vitaliza. todo o processo de liberação ocorre de forma lenta, do amanhecer ao entardecer, para que a ação dos fogos na matéria se dê livremente. Ao se completar a extração, transfere-se a massa obtida para uma caixa térmica, em que deve penoitar para que os campos energéticos da amora e da lobeira se permeiem intimamente. Pela manhã, a massa é levada a um secador solar e, ao final, triturada em um almofariz, de preferência de pedra vulcânica. Esse preparado, usado em microdoses pela manhã, pode colaborar para agregar e tonificar os corpos materiais do ser humano. Assim eles se tornam aptos para suportar a voltagem crescente das energias poderosas que incidem hoje sobre a Terra. O preparado dá têmpera aos corpos que se encontram sob a ação modeladora do Espírito. Dessa forma, prepara células para receberem energias superiores que colaboram para a liberação da luz aprisionada em seu âmago.
Fonte: Revista Sinais de Figueira.
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Amo a Natureza

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